terça-feira, 4 de maio de 2010

O cinema imita os games

Games e cinema se casaram no ano de 1993, com o lançamento do filme “Super Mario Bros”. O matrimônio quase resultou em divórcio, pois resolveram entregar o filme nas mãos de uma equipe que leu muitos livros de ficção científica. Que saber o resultado? A adaptação entrou em segundo lugar na lista de fracassos da Nintendo, perdendo somente para o enfadonho console Virtual Boy.

Mesmo com a péssima recepção, os irmãos encanadores mais famosos dos games abriram as portas para uma leva de longas-metragens baseados no universo gamístico. A cada ano, mais e mais franquias deixam os joysticks para invadir as telonas.



Super Mario Bros. (1993)

Recém-casados, games e cinema tiveram uma lua de mel turbulenta: o já citado “Super Mario Bros.” estava muito longe das expectativas dos fãs.

O longa-metragem nomeou a dupla como “Mario Mario” (Bob Hoskins) e “Luigi Mario” (John Leguziano) e os colocou num ambiente cyberpunk, digno de filmes como “Blade Runner” e “Exterminador do Futuro”. Eles enfrentavam o Rei Koopa (Dennis Hopper), enquanto Luigi flertava com a Princesa Daisy (Samantha Mathis)...

Pois é, essa vassala de segunda linha – que nunca teve muito destaque na série – tomou o lugar da nossa querida Princesa Peach... Nada mais a declarar.


Double Dragon (1994)

É fato que “Double Dragon” nunca foi um game que prima pelo enredo. A história é simples: os irmãos gêmeos Jimmy e Billy Lee enfrentaram a gangue Black Warriors no intuito de resgatar Marian, a namorada de ambos (espertinha não?!).

No filme, os irmãos – que não são gêmeos – vivem na cidade de New Angeles, que é simplesmente a LA em um fictício ano de 2007, após um terremoto que destruiu a metrópole. Em clima de distopia, os irmãos precisam recuperar a outra metade de um medalhão chinês, que confere poderes sobrenaturais quando completo. O filme foi muito criticado na época em que foi lançado nos cinemas, mas por algum motivo inexplicável, vendeu muito por aqui em 1996, na versão em VHS.

O pior: as atuações de Mark Dacascos e Robert Patrick. O melhor: a gata Alyssa Milano, como Marian!


Street Fighter: A Batalha Final (1994)

Numa somatória de esforços para tentar derrubar a maior organização criminosa do mundo, a ONU (Organização das Nações Unidas) reuniu os melhores combatentes de várias partes do globo. Sob a liderança de um comandante norte-americano, o pelotão realiza uma incursão por florestas do sudeste asiático objetivando invadir a base inimiga.

Parece enredo de filme de guerra, mas se trata da adaptação de “Street Fighter” para o cinema. O filme comete tantas atrocidades que necessitariam de uma análise separada. É necessário saber que o elenco era estrelado: Jean-Claude Van Danme atua como “Guile”, o saudoso Raul Julia é “M. Bison” (que faleceu antes do lançamento do filme) e Kyle Minogue faz a “Cammy”.

As lutas? Elas quase não existem e quando rolam, os motivos para que aconteçam não são dos melhores...


Mortal Kombat (1995)

Quando parecia já não haver mais esperança, eis que surge um herói: o cineasta Paul Anderson. Seu primeiro trabalho de adaptação foi “Mortal Kombat”. Diferente de seu maior rival nos jogos de luta, o filme teve uma boa recepção e foi mais fiel ao game que o inspirou. A trilha sonora virou mania nas pistas de techno e os ótimos resultados de “MK: The Movie” acenderam os caminhos para melhores adaptações de games para as telas do cinema.


Lara Croft: Tomb Raider (2000)

Em pleno auge da série “Tomb Raider” nos games, a Eidos resolveu que o game precisava de uma versão para os cinemas. Para dar vida à musa Lara Croft recrutaram a bela e badalada Angelina Jolie, o que se provou uma decisão muito acertada. U2 e Nine Inch Nails lideravam a trilha sonora e o filme tinha tudo para emplacar.

Segundo filme blockbuster do diretor Simon West (o primeiro foi “Con Air”), em “Lara Croft: Tomb Raider” muito dinheiro foi gasto em localização e efeitos, mas um roteiro fraco e pouco envolvente colocou tudo a perder. Apesar do sucesso comercial, nem a atual Sra. Brad Pitt foi capaz de salvar a adaptação, apesar de onze entre dez gamers terem concordado que não havia ninguém melhor para viver Lara Croft.

Curiosidade: Daniel “James Bond” Craig, atuou como Alex West, o parceiro da arqueóloga no filme.


Final Fantasy (2001)

A somatória de games, filmes e história futurista realmente estão fadadas ao fracasso. Pois se o enredo de um game não se passa necessariamente no futuro, porque os diretores insistem nessas ideias na hora de adaptar um game para o cinema?! Tá certo... Adaptar um jogo como “Final Fantasy” para as telonas é mais difícil, pois a série não tem cânon fixo.

Então, se valendo da licença poética, Hironobu Sakaguchi (Sim! O mestre!) criou uma história totalmente nova e escalou um time hollywoodiano para dublar os personagens. “Dublar” porque se trata de um longa em computação gráfica usando fotorrealismo. Se por um lado, o visual foi aclamado, por outro, o enredo confuso recebeu muitas críticas.

Como resultado, “Final Fantasy” torrou US$ 137 milhões e arrecadou pouco mais de US$ 85 milhões e o estúdio Square Pictures foi fechado, sendo incorporado futuramente à Square Enix.


Resident Evil (2002)

Sete anos depois do filme de “Mortal Kombat” Anderson voltou com a adaptação de “Resident Evil”, que contava uma história anterior ao cânon da série. Na época, apesar da bilheteria ter alcançado inclusive quem nunca jogou os games da franquia, os fãs torceram o nariz para o filme. Não fez muita diferença, pois o filme já tem a quarta sequência – “Resident Evil: Afterlife” – novamente com o diretor no comando. Mas não importa o que os fãs pensem, “RE” faz montanhas de dinheiro e vai continuar nas telonas por muito tempo!


Terror em Silent Hill (2006)

“Terror em Silent Hill” já nasceu com o caminho aberto para o sucesso. A própria série da Konami nos videogames tem aspectos de um bom filme de horror psicológico, com um clima de tensão presente a cada movimento do protagonista. Mesmo assim, não houve muita crença no sucesso da adaptação, o que fez o orçamento da produção ser relativamente baixo: US$ 50 milhões.

Mas Gans, um cineasta experiente em filmes do gênero, fez um trabalho que recebeu críticas razoáveis imediatamente na época de lançamento. Com o progressivo sucesso do longa, aos poucos, o trabalho foi compreendido pelos críticos. Nas bilheterias, “Terror em Silent Hill” faturou quase o dobro do seu custo, US$ 97,6 milhões. Tudo isso sem as apelações costumeiras: elenco de estrelas ou grandes efeitos especiais.


2010: O ano dos games no cinema

Os muitos fracassos do passado não fizeram Hollywood se esquecer dos games. De maneira inédita, o ano de 2010 provavelmente será o mais gamístico nas salas de cinema de todo mundo. Só neste ano são prometidos SEIS longas-metragens baseados em games. Enquanto “Bloodrayne”, “Silent Hill” e “Resident Evil” retornam às telas este ano, “The King of Fighters”, “Tekken” e “Prince of Persia” serão os estreantes na sétima arte.

O mais badalado deles, “Príncipe da Pérsia e as Areias do Tempo”, é provavelmente a grande expectativa para este ano. Carregado aos quatro cantos pelo renomado produtor Jerry Bruckheimer e dirigido por Mike Newell (“Donnie Brasco” e “O Sorriso de Monalisa”), que já dirigiu atores do calibre de Al Pacino, Johnny Depp e Julia Roberts, o filme será inteiramente baseado no game “Prince of Persia: The Sands of Time”.

Com o orçamento mais alto para uma adaptação sobre games, US$ 150 milhões, o filme foi todo escrito por Jordan Mechner, pai de “Prince of Persia”. Jake Gyllenhaal foi escalado para viver o Príncipe da Pérsia, apoiado por conceituado elenco. Tudo será embalado pela canção-tema, de autoria da cantora pop Alanis Morissette.

“Príncipe da Pérsia e as Areias do Tempo” tem tudo para ser o maior sucesso da história de quase 20 anos de adaptações de games para o cinema.


Matéria sugerida pelo meu amigo Demosthenes.
Extraído de msn.com/jogos

Um comentário:

Elifas Vieira disse...

filmes de games são o máximo!!!!!!!!!!!

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